30.12.11

Para onde vai o Cristão quando morre


Irmãos no Senhor, quero que saibais que quando um cristão morre, ele morre quanto à carne, mas a sua alma parte do seu corpo e vai habitar com o Senhor nas alturas, plenamente consciente, portanto num estado de perfeita lucidez mental. Há diversas Escrituras que testificam que quando se morre no Senhor se vai habitar com o Senhor no seu reino celestial. Eis quais são estas Escrituras.

Ÿ Paulo escreveu aos Coríntios: "Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus" (2 Cor. 5:1).

Portanto nós crentes temos uma casa eterna lá em cima nos céus que não foi feita por mão de homem mas pelo próprio Deus. Nesta casa vão morar aqueles que morrem na fé, desde o primeiro dia da sua partida, ou melhor dizendo desde os primeiros momentos que seguem à exalação da alma, pois a ascensão ao céu acontece no espaço de um breve tempo. Os apóstolos tinham o desejo de partir do corpo e ir habitar com o Senhor, de facto Paulo escreveu aos Coríntios: "Pelo que estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor (porque andamos por fé, e não por vista); mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor" (2 Cor. 5:6-8), e aos Filipenses: "Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor; mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne" (Fil. 1:23-24). Também nós temos o mesmo desejo que tinha Paulo e os seus cooperadores, porque sabemos que com o Senhor lá em cima no céu se está melhor. Certo, é uma coisa maravilhosa viver com o Senhor na terra, mas é ainda melhor a vida que se vai viver com o Senhor no seu reino celestial.

Ÿ O apóstolo Pedro na sua segunda epístola disse: "Sei que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, como também nosso Senhor Jesus Cristo já mo tem revelado. Mas também eu procurarei em toda a ocasião que depois da minha partida tenhais lembrança destas coisas" (2 Ped. 1:14-15).

O apóstolo sabia que brevemente morreria e iria habitar com o Senhor no céu, e falava da sua morte como de uma partida do seu corpo de facto disse que brevemente deixaria o seu tabernáculo. Ora, se a morte é chamada partida quer dizer que há alguma coisa no corpo que parte do corpo quando ele morre, doutra forma não teria sentido chamá-la partida. E nós sabemos que esta alguma coisa é a alma que está no homem. Mas não só, se alma parte haverá também um lugar para onde irá porque doutra forma não teria sentido falar de partida, e nós sabemos que este lugar é o paraíso, o terceiro céu. Aquele mesmo lugar aonde foi arrebatado o apóstolo Paulo (o qual porém não sabia dizer se este arrebatamento tinha sido com o corpo ou sem) e onde ele "ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar" (2 Cor. 12:4).

Ÿ João, na visão que teve na ilha de Patmos, viu, entre outras coisas, as almas dos crentes que foram mortos na terra. Ele disse: "Vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um deles compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles o foram" (Ap. 6:9-11).

Lendo as acima referidas palavras de João se compreende claramente como aqueles que morrem em Cristo vão para o céu, e lá estão plenamente conscientes; e além disso não se pode deixar de reconhecer que Jesus disse a verdade quando disse: "Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma" (Mat. 10:28), porque aquelas que João viu eram as almas dos que foram mortos por causa do nome de Cristo. Na verdade nem sequer a morte pode separar os discípulos de Cristo do amor do seu Senhor e Salvador.

Ÿ Ainda no livro do Apocalipse João diz: "E ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que repousem dos seus trabalhos, pois as suas obras os seguem" (Ap. 14:13).

Porque pois são bem-aventurados os mortos que morrem em Cristo? Porque repousam. E onde repousam? No céu, de facto pouco antes João disse ter visto, no céu, debaixo do altar as almas daqueles que foram mortos por causa da Palavra e do testemunho que tinham dado, as quais clamavam pedindo a Deus para lhes fazer justiça, e a eles foi dito "que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram" (Ap. 6:11). Notai que por aquilo que lhes foi dito, aquelas almas já estavam repousando, mas lhes foi dito para repousarem ainda um pouco de tempo até a um certo tempo. Então deve-se dizer que quem entra no céu "repousa de suas obras, como Deus repousou das suas" (Heb. 4:10). Glória a Deus em eterno. Amen.

Mas queremos também dizer algo a respeito daqueles que não morrem em Cristo. Eles não são bem-aventurados porque não repousam de maneira nenhuma porque vão para as chamas do Hades onde não têm descanso algum. Poderia haver alguma vez repouso num lugar de tormento, horrível, onde centenas e centenas de milhões de almas choram e rangem os dentes por causa das dores atrozes que lá padecem? Aqueles que morrem nos seus pecados são pois chamados infelizes dentre todos porque vão para os tormentos. Graças sejam dadas a Deus em Cristo Jesus por nos ter salvo desta atroz e tenebrosa sorte. Amen.

Ÿ Paulo diz a Timóteo: "Se morrermos com ele, também com ele viveremos " (2 Tim. 2:11).

Que significa isto? Que se nós morrermos na fé, iremos viver no céu com Cristo; e isso logo depois da morte. Na ressurreição depois (que acontecerá na volta de Cristo do céu), nós obteremos um corpo incorruptível que revestirá a nossa actual alma e com ele sairemos dos sepulcros depois que a nossa alma voltar a ele, e com aquele novo corpo continuaremos a viver com o Senhor.

Ÿ Ainda a Timóteo Paulo disse antes de deixar este mundo: "O Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial" (2 Tim. 4:18).

Eis que confiança tinha Paulo; a que o Senhor o receberia no seu reino celestial no acto da sua morte. E com isso concordam as palavras de Asafe que muito tempo antes disse pelo Espírito: "Guiar-me-ás com o teu conselho, e depois me receberás em glória" (Sal. 73:24).

Ÿ Jesus disse: "Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá" (João 11:25-26).

Isso significa que um crente ainda que morra segundo a carne continua a viver. Mas onde continua a viver? Para onde vai viver? No terceiro céu, onde está o Senhor da glória porque Jesus disse: "Onde eu estiver, ali estará também o meu servo" (João 12:26).

Nós, dilectos, estamos sobremodo consolados e felizes em saber que onde está o nosso Senhor lá também nós estaremos um dia, se contudo perseverarmos na fé. Não estamos minimamente angustiados em pensar que um dia teremos que ir embora desta terra, porque sabemos que para onde iremos se está de longe muito melhor que aqui na terra. Enquanto os pecadores vão para um lugar onde estarão muito, muito pior do que na terra, nós crentes, pela graça de Deus, iremos para um lugar melhor. Enquanto os pecadores não sabem para onde vão porque andam nas trevas, nós sabemos bem para onde vamos porque agora conhecemos o caminho que conduz para onde Jesus foi depois de ter feito a purificação dos pecados conforme disse Jesus: "Para onde eu vou vós conheceis o caminho" (João 14:4); Jesus Cristo é o caminho que leva ao Pai e nós as suas pisadas queremos seguir para entrar no seu reino eterno. E a morte? Amarga coisa certamente, porque para quem fica não é de modo algum agradável ver o corpo sem vida de um irmão em Cristo, porém recordai-vos que "preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos" (Sal. 116:15).

A Deus, que na sua grande misericórdia nos deu a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor seja a glória agora e pela eternidade. Amen.

O testemunho de uma mulher morta em Cristo e que regressou à vida

Lura Johnson Grubb, na idade de dezassete anos, enquanto se encontrava enferma na cama, teve em êxtase uma visão do Paraíso celeste. Eis o que ela disse: ‘Vi um grande feixe de luz, mais brilhante que o sol do meio-dia, que descia para mim directamente do céu. Uma auréola luminosa, muito larga em diâmetro circunscrevia aquele raio de glória que tinha como meta o meu travesseiro. A cama parecia ardente pelo seu clarão. (...) Me senti  levantar pelo raio luminoso e transportar para uma cidade a mim desconhecida. Me encontrei nas portas de pérolas. Elas resplandeciam de esplendor na luz transparente do céu. Ainda um outro passo e entrei na cidade de Deus e me encontrei sobre as estradas de ouro semelhantes a vidro transparente. Tudo esplendor à minha volta, mas aquele esplendor não era o efeito de nenhum sol. Não havia necessidade do sol para iluminar durante o dia, nem da lua de noite: a eternidade celestial é constantemente iluminada pela presença continua da luz da Glória. Enquanto atónita contemplava a magnificência que me circundava, pensei: mas certamente isto é o céu’. O céu era o lugar mais maravilhoso do qual alguma vez tivesse ouvido falar ou lido na terra. ‘Seguramente isto deve ser o céu’; e se é, então Jesus deve estar aqui’, conclui para mim mesma. Jesus estava lá. A luz fulgurante que irradiava do Trono de Deus me cegou. Vi o Pai como um fogo consumidor, pode dizer-se como Moisés o descreveu, e à Sua Mão direita vi Jesus. O meu Senhor. Num primeiro momento o vi muito imperceptível: a minha vista estava encoberta e ofuscada por causa do clarão excepcional. Desejava ardentemente ver Jesus; o queria ver claramente e estar certa, sem temer errar, que era o meu Senhor. Assim, alcei as mãos sobre o rosto e esfreguei os olhos. (...) Depois disso podia ver sem impedimento. Era Jesus! Era o meu Salvador, e Ele me olhava. Os seus olhos estavam fixos nos meus parados e cansados pelos trabalhos. O seu olhar amoroso era tão cheio de compaixão, de compreensão, de simpatia que o meu coração se comoveu dentro de mim. Aquele olhar me fascinou, e com toda a alma exaltei a Sua magestade. (...) Enquanto estava assim absorvida na adoração do meu Senhor, ouvi concertos de música flutuantes sobre ondas luminosas do céu. Era uma música perfeita: não se ouviam notas discordantes, mas era tão harmoniosa que quis conhecer a proveniência dela. Embora de má vontade, movi os olhos e me voltei para ver quem era. À distância vi a fileira dos santos que com vestimentas brancas marchavam ordenadamente e cheios de adorações para o Trono de Deus. Eram numerosos e semelhantes à multidão da qual João o revelador escreveu: ‘milhões de milhões, e milhares de milhares’. Eles me passaram tão próximo que poderia estender a mão e tocar-lhes facilmente. Para minha alegre surpresa, vi alguns dos meus ente queridos: Deus os tinha posto na primeira fila. Uma prima minha que se tinha afiliado à Igreja Batista, na mesma manhã em que eu me tinha afiliado, vinha com o rosto radioso para mim. Apenas um ano antes ela tinha caido muito doente e tinha rapidamente passado deste vale de lágrimas, que é a terra, ao cume da felicidade de Deus. Ela me passou próximo e me sorriu, como a dizer; ‘estou contente que tu estejas aqui’. (...) Os santos marchavam em fileira circulando como plumas sobre os degraus em redor do Trono e flutuando com delicadeza divina, em harmonia com o hino marcial, desciam pelo lado oposto, para desaparecer na distância luzente, enquanto outros continuavam a aparecer, a aproximar-se do Trono. Eles marchavam fila após fila, numerosos, quantos os meus olhos podiam abarcar deles o bastante. Oh! Como resplandeciam de glória as suas vestes! Eram mais brancas do que a neve, e deslumbravam literalmente a vista. (...) Queria estar no céu, queria unir-me àquele exército Celestial e louvar o Senhor para sempre. Queria ouvir aquela música maravilhosa, ver a glória e gozar a bem-aventurança. Mas de repente a cena mudou e os meus olhos físicos reapareceram no mundo natural’ (Lura Johnson Grubb, Viver para falar de morte, s.l., s.d, pag. 34-35,38-39). Pouco depois a mesma irmã conta a sua morte e a sua partida. Eis as suas palavras: ‘Os entes queridos que se tinham reunido na minha casa, cheios de compaixão, estavam fazendo tudo o que estava nas suas possibilidades fazer para me manterem viva. A última tentativa a fez o meu tio. Pensando que talvez a circulação do sangue se tinha tornado demasiado fraca para aquecer o meu corpo, pediu às mulheres para me aplicarem sobre os pés e sobre as pernas toalhas aquecidas com vapor. No mesmo momento em que eles tocaram a minha carne fria de morte, o corpo se enrijeceu e os pés se levantaram diversos centímetros da cama. Não se tratava de uma insuficiente circulação, mas da morte que estava tomando posse do meu corpo. Sabia que estava morrendo. De repente, pareceu-me como se o telhado da nossa casa se levantasse. Enquanto o sol irradiava  os primeiros raios róseos da manhã no céu do campo do Mississipi, vi os céus cheios de miríades de objectos semelhantes a pássaros. A abóbada celeste estava obscurecida por aquela multidão. Eles estavam descendo cada vez mais para baixo até alcançar uma altura suficientemente próxima para que eu pudesse reconhecê-los: era o exército do céu que tinha conhecido apenas poucas horas antes. Quanto me tinha encontrado na presença do Senhor, de repente um deles se separou e desceu até ao ângulo do meu quarto, aqui se deteve um instante e hesitante, vendo que os meus familiares se estavam despedindo de mim. Minha mãe tinha estado todo o tempo ao lado da minha cama, continuando a orar ao Senhor para me deixar viva. Ao ver o coro celestial a descer, clamei com fraca voz: ‘Estão vindo para me levar; não vedes, venham para mim!’ Oh! Pensava que todos os que se encontravam no quarto os vissem! Eu os via claramente, e tinha a certeza que eles vinham para mim. Os parentes e os amigos silenciosamente se alternavam próximo da minha travesseira para depor o último beijo sobre meu lábios roxos e enquanto se curvavam sobre mim qualquer quente lágrima de dor, vinha a cair sobre as minhas faces geladas. As minhas irmãs romperam em soluços ao se despedirem de mim pela última vez; o meu irmãozinho beijou-me com ternura, mas era demasiado pequeno para se dar conta do que estava acontecendo e da dor dos adultos que bem conheciam o significado da morte e as torturas de uma separação para sempre. Por último a minha mãe se debruçou sobre mim, me puxou para o seu seio e chorou. Disse-lhe: ‘Mamã não chores por favor! Não chores! Estou lá em cima, nos encontraremos novamente’. Muito relutante e com um sentimento de desconfiança, de frente para a desagradável sombra negra que tinha vindo para provar a felicidade no seu pequeno ninho, a mamã se endireitou e permaneceu próximo da minha cama. Exalei um último e profundo respiro, e docemente, sem resistência parti do corpo para unir-me à escolta celestial que tinha esperado no ângulo do quarto que por último minha mãe se despedisse de mim. Uni-me à guia Angélica que me esperava num ângulo do quarto e juntos iniciámos a viagem para o alto. Antes porém, ao levantar-me da cama virei-me para olhar pela última vez o lugar do qual estava de partida, como a borboleta ágil e colorida parte do casulo para entrar na frágil atmosfera da primavera Celestial. Vi a mamã agachar-se ao chão desesperada com o coração partido, e a ouvi soluçar de tal maneira que temi que o seu coração pudesse rebentar. Aquele foi o único evento que estragou a perfeita felicidade da minha partida. Sofri ao ver a mamã tão aflita. (....) Quando chegamos ao seu companheiro o anjo que tinha prolongado o quadro mortuário na minha casa, a cena do quarto desapareceu completamente no esquecimento. Estava grandemente entusiasmada com o pensamento de voltar ao lugar maravilhoso da eternidade sem lágrimas, de caminhar sobre as estradas pavimentadas de ouro e marchar junto à fileira dos santos, vestidos de branco, de ouvir a doce melodia do ‘canto dos remidos’. Estava muito impaciente, olhava fixadamente para o alto, esperando ver a todo o instante aparecer sobre o horizonte espaços, o primeiro raio de glória que anunciasse a cidade de Deus. (...) Continuamos a flutuar para o alto, sempre mais alto, atravessando os espaços, por um certo tempo. De repente o silêncio foi rompido; o meu companheiro falou e disse: ‘Tu não podes ainda ir lá em cima!’ Repeti para mim: ‘não posso ir ainda lá em cima, e porque não? Pensava pelo contrário que estivessemos quase a chegar’! Mas antes que pudesse dizer alguma coisa ele prosseguiu: ‘O Senhor tem trabalho para ti’. Trabalho para mim?’ continuei a perguntar-me. O Anjo explicou: ‘O Senhor quer enviar-te para a terra novamente, para avisar as pessoas que Jesus cedo volta! (...) Olhando à volta, encontrei-me completamente sozinha: a minha guia angélica tinha desaparecido e o Senhor não era visível em nenhuma parte. Lentamente comecei a descer, sempre mais para baixo, até que avistei à distância o perfil da pequena casa em que jazia o meu corpo físico sem vida. Durante os quarenta e cinco minutos em que tinha estado ausente e o meu corpo permaneceu sem respiração e circulação o Senhor tinha operado no coração da minha mãe. Quando tinha exalado o último respiro e o tio tinha dito: ‘morreu’ a mamã, depois de ter dado desabafo à dor, tinha corrido para o quarto ao lado da cama, tinha-se prostrado de joelhos e, com o rosto sepultado entre as colchas da cama, tinha clamado ao Senhor: ‘Senhor, durante três anos te pedi para curares a minha filha, a Ti o pedi como melhor pude; nestes seis últimos dias, jejuei e orei, Senhor, fiz tudo o que soube fazer! E agora, apesar de a sua vida esteja acabada; Tu és poderoso para me restituir a minha filha. Restitui-me a minha filha Senhor, caro, restitui-me a minha filha! O Senhor escutou o seu clamor, e lhe falou de maneira audível: ‘tu pediste a cura da tua filha; mas estás disposta a consagrá-la a mim? A mamã nunca tinha pensado nisso; tinha orado pela minha cura porque me queria para si. Naquele momento ela compreendeu e disse: ‘Sim Senhor, Te a consagrarei!’ Se tu lhe restituires a vida, ela depois poderá ir para onde Tu quiseres, e eu não levantarei um dedo para impedi-lo. (...) Figurativamente falando, exactamente como o pai Abraão pôs Isaque sobre o altar, assim a minha mãe me pôs sobre o altar do serviço de Deus. Ela anuiu ao pedido do Senhor. O Senhor lhe disse: ‘enxuga os olhos, escutei a tua oração, vai e vê o que Eu, o Senhor, fiz’. Na fé e obediência à voz divina ela se levantou do seu Monte Moriá e confiante entrou no meu quarto. Se dirigiu logo para a minha cama, sobre a qual jazia um corpo sem vida, não havia respiração, não havia pulsação. Tinha o Senhor verdadeiramente falado? Teria Ele respondido à oração? Talvez estivesse enganada? Ela estava certa que Deus tinha falado! Ele responderia! Não estava enganada! Esperaria por isso confiante! Os amigos, os vizinhos, pensavam que aquela ausência de quarenta e cinco minutos do quarto, lhe tinha servido para a fazer voltar a si. Vendo-a tão serena, não se opuseram a que ela se aproximasse de novo da cama da sua filha e que lá permanecesse todo o tempo que desejasse. Não passaria muito tempo que aquele amado espólio seria posto para sempre no profundo seio da terra. A observavam todos atentamente, prontos a intervir em sua ajuda, em caso de ser necessário. Enquanto minha mãe e eu estavamos ausentes no quarto, os familiares tinham começado a dispor todas as coisas para o funeral que se teria que fazer nas primeiras horas daquela tarde, de maneira a que se pudesse transportar o caixão para Water Vallej, a cerca de sessenta Km de distância da nossa habitação, para dar-lhe sepultura no nosso jazigo de família, onde também o papá tinha sido sepultado. (....) Os nossos amigos próximos se tinham apresentado para dar uma mão de ajuda a organizar o funeral, enquanto a mamã se entretinha no quarto ao lado para fazer a Deus uma consagração completa e permanente em troca da minha ressurreição. Agora porém a mamã se encontrava de pé, ao lado da minha travesseira, esperando a resposta prometida pelo Senhor; Ele nunca tinha faltado para com ela, e não faltaria também agora. Estava imóvel como uma estátua, com os olhos sobre o meu rosto de cera e sobre os meus lábios lívidos que, como os outros pensavam, deveriam permanecer fechados até ao dia em que, ao som da trombeta de Deus, os mortos em Cristo ressuscitarão. Mas inesperadamente, o cadáver se sentou sobre a cama! O milagre tinha acontecido! Deus tinha sido fiel para com minha mãe’ (Lura Johnson Grubb, op. cit., pag. 41-49).

Conclusão

Para conclusão deste tratado, irmãos, quero dizer-vos para vos alegrardes e exultai tendo em vista aquele dia no qual, se fordes achados na fé, passareis deste mundo para aquele melhor que está no céu, onde à espera da ressurreição estareis na presença de Deus e do seu Filho louvando-os continuamente, e onde há paz e fartura de alegria. Lá não há nem pranto, nem aflições, e nenhum tipo de dor. Lá, a glória de Deus ilumina tudo e todos, e tudo é esplendor e magnificência.

Mas além de vos alegrardes, falai entre vós deste lugar maravilhoso que é o paraíso celestial para vos consolardes, e indicai aos pecadores o caminho para lá chegar a fim de que também eles caindo em si mesmos se encaminhem por ele.

Uma última coisa irmãos: como disse pouco atrás, para o céu ireis somente se fordes achados na fé, este é um  ponto que deveis sempre ter presente para não vos iludirdes e cair no engano do diabo. Jesus de facto disse: "Aquele que perseverar até ao fim, será salvo" (Mat. 24:13), e ainda: "Com a vossa perseverança ganhareis as vossas almas" (Lucas 21:19). Condição pois indispensável para entrar no reino celestial no fim dos nossos dias é crer no nome do Filho de Deus até ao fim.

Quem recua irá para a perdição, no fogo do  inferno onde há pranto e ranger de dentes. A sua alma em vez de ser recebida em glória, será coberta de ignomínia no inferno, juntamente com a de todos os ímpios entre os quais estão também aqueles que um dia na terra creram mas depois decidiram abandonar o caminho santo para voltar a revolver-se nas contaminações do mundo. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo, melhor é cair nas mãos dos homens do que nas do nosso grande Deus chamado também o Temor de Isaque e o Tremendo.

Que pois o temor de Deus vos acompanhe todos os dias da vossa vida, irmãos; que ele esteja sempre diante dos vossos olhos. Amai-o até ao fim e ele vos fará escapar das chamas do lugar dos mortos e vos fará entrar no reino de Deus. Alcançareis assim os santos que antes de vós combateram a boa guerra, e conservaram a fé até ao fim. Estai firmes na fé; sede zelosos pela causa do Evangelho, abundai em boas obras. Orai continuamente.


http://portoghese.lanuovavia.org/portoghese_ins_cristiano_quando_muore.htm

Sem comentários:

Enviar um comentário